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TEMAS BLOG OFICIAL DE LA POETA Y ESCRITORA andaluza Carmen Camacho ©2017

CASIMIRO DE BRITO POEMAS DEL LIBRO “69 POEMAS DE AMOR”

CASIMIRO DE BRITO POEMAS DEL LIBRO “69 POEMAS DE AMOR”

 

CASIMIRO DE BRITO

POEMAS DEL LIBRO “69 POEMAS DE AMOR”

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29

Murmuro dia e noite as leis

do amor, a ruga do desejo que no teu corpo

se converte em luz; um corpo que não se afasta

do meu olhar, estejas perto

ou longe. Em ti deitado

regresso às terras do pai

de onde nunca parti. Património

do meu canto errante, jamais

decantado. De que outras acções de guerra

me ausento bebendo e tecendo

o álcool do tempo? Murmuro

dia e noite

as leis incertas do amor

 

 29

Murmuro día y noche las leyes

del amor, la arruga del deseo que en tu cuerpo

se convierte en luz; un cuerpo que no se aleja

de mi mirada, estés cerca

o lejos. En ti tumbado

regreso a las tierras del padre

de donde nunca partí. Patrimonio

de mi canto errante, nunca

decantado.  ¿De qué otras acciones de guerra

me ausento bebiendo y tejiendo

el alcohol del tiempo? Murmuro

día y noche

las leyes inciertas  del amor.

 

 

 

 

 

41

 

Deixa-me ser abelha,

deixa-me pousar no azul triste

do teu sexo. A linguagem

que nos enlouquece

transforma-se em barro, água dolorosa

que me bebe e devora. Esqueço

a formiga dos dias

e abro o sangue a pequenas mortes

gloriosas; abres a boca ao pássaro

que não cessa de cantar. Outra coisa não queres

nem eu quero: beber na fonte,

renascer na chama lenta

que já me queima.

Pudesse eu fundir-me no húmus,

descer à terra iluminado pelas tuas lágrimas,

alimentado pelo teu leite, engolido

por tanta vegetação.

 

Ovídio.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 41

 

Déjame ser abeja,

deja que repose en el azul triste

de tu sexo. El lenguaje

que nos enloquece

se transforma en barro, agua dolorosa

que me bebe y devora. Olvido

la hormiga de los días

y abro la sangre a pequeñas muertes

gloriosas; abres la boca al pájaro

que no cessa de cantar. Otra cosa no quieres

ni yo quiero: beber en la fuente,

renacer en la llama lenta

que ya me quema.

Si pudiese fundirme en el humus,

descender a la tierra iluminado por tus lágrimas,

alimentado por tu leche, engullido

por tanta vegetación.

Ovidio.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 43

Amar-te, beber-te, invocar a dor

é um raio de sol escuro

que entra na tua pele. Que

no meu corpo

entra. Cavamos um no outro.

Na lama que foi seca.

Dobrados um sobre o outro

inventamos novas formas

de amar — o sangue

rejubila.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

43

 

Amarte, beberte, invocar el dolor

es un rayo de sol oscuro

que entra en tu piel. Que

en mi cuerpo

entra. Cavamos uno en el otro.

En la lama que fue seca.

Doblados el uno sobre el otro

inventamos nuevas formas

de amar — la sangre

se deleita.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 48

 

Entro na tua boca no teu sexo no teu sangue

com a fúria silenciosa de quem deseja

desfazer-te esfacelar-te e eu em ti

para que sejamos um só. Violentar-te,

matar-te engolir-te transformar-te

em alimento incorporado no meu corpo no

meu sopro. Mas, rispondimi, que farei de mim

assim vivo e mais rico e mortalmente amado

se depois não te tenho a meu lado?

Ou morte dos dois, Lúria, ou morte nenhuma

além desta tragédia em que fundimos

à música ao ruído ao silêncio —

a alegria a devastação o sofrimento.

 

 

Don Giovanni.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 48

Entro en tu boca en tu sexo en tu sangre

con la furia silenciosa de quien desea

deshacerte despedazarte y yo en ti

para que seamos uno solo. Violentarte,

matarte engullirte transformarte

en alimento incorporado en mi cuerpo en

mi aliento. Mas, rispondimi, ¿qué haré de mí

así vivo y más rico y mortalmente amado

si después no te tengo a mi lado?

O muerte de los dos, Lúria, o muerte ninguna

más allá de esta tragedia en que fundimos

en la música en el ruido en el silencio –

la alegría la devastación el sufrimiento.

 

 

Don Giovanni.

 

 

http://www.casimirodebrito.no.sapo.pt/

 

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